"As autoridades têm o cuidado, por exemplo, nos aeroportos e noutros pontos de entrada em fazer esse tipo de controlo — isso foi-nos dito — nomeadamente em relação a peregrinos que vêm a Fátima. Não nos foram sugeridos avisos ou recomendações a dar aos peregrinos, porque de facto isso pode provocar um alerta, mas não torna mais segura a presença dos peregrinos", disse Carlos Cabecinhas.
O reitor do santuário falava na conferência de imprensa que antecedeu o início da peregrinação internacional aniversária ao templo, 97 anos após os acontecimentos na Cova da Iria.
Carlos Cabecinhas adiantou que o santuário prepara "cada peregrinação no diálogo com as autoridades de saúde e com a Protecção Civil".
"Também em relação a este vírus do Ébola, a preparação que foi feita foi precisamente a preparação que no diálogo com essas entidades nos foi sugerida como conjunto de procedimentos e protocolos a ter em conta", referiu, esclarecendo que "quer externamente e do ponto de vista visível" o santuário não tem iniciativas dado não terem sido feitas "propostas nesse sentido".
Para o reitor do maior templo mariano do país, "não há interesse em provocar pânico em relação ao perigo de contágio".
"Há interesse, sim, em sermos cuidadosos e esse sermos cuidadosos passa necessariamente por esse tipo de protocolos que nos são sugeridos e que vamos seguindo", acrescentou, sem especificar, considerando que "os alertas são óptimos para lançar o pânico, mas não protegem, de facto, os peregrinos".
Questionado se o santuário vai ter alguma observação na comunhão, o sacerdote informou "não ter qualquer recomendação nesse sentido", pelo que não haverá qualquer alteração na sua distribuição por causa desta situação.
Milhares de fiéis são esperados hoje e na segunda-feira no Santuário de Fátima na peregrinação internacional de 12 e 13 de Outubro, que, pela primeira vez, coincide com o Dia Nacional do Peregrino.
Presidida pelo arcebispo de Goa e Damão, na Índia, Filipe Néri Ferrão, para a peregrinação, que habitualmente maior número de pessoas leva à Cova da Iria depois da de Maio, inscreveram-se até sábado 115 grupos de 23 países, sendo Itália o país estrangeiro mais representado, com 25 grupos.
O vírus do Ébola já causou a morte de mais de 4.000 pessoas, quase todas concentradas na Guiné-Conacri, Serra Leoa e Libéria (os países mais afectados pela doença), segundo números da Organização Mundial de Saúde.
Lusa/SOL