Claro que brincando, brincando, se vão dizendo as verdades. Na educação, embora não se possa considerar que nenhum ministro deixou o princípio de aulas organizado, não me lembro de nenhuma situação parecida com a actual desde a ex-ministra Carmo Seabra. Na Saúde, a política parece ser só cortar, e deixar morrer os mais desfavorecidos, talvez para dar também uma mãozinha à Segurança Social, que fica com menos gente a cargo (mas o ministro passa por ser arguto, por constar que esteve sempre contra os disparates de Vítor Gaspar – que agora se dá ao luxo de achar que o Orçamento, copiado dos dele, não ‘é inteligente’). Na Justiça, nunca se tinha visto este surrealismo, que acaba com o pouco que o sector tinha em Portugal, e dá gás a uma corporação complicada.
Se eu fosse dirigente da Oposição, para ter a certeza absoluta que ganhava melhor as próximas eleições, não pediria a demissão de nenhum destes ministros. Nem sequer de Mota Soares.