Europa ‘arrisca-se’ a ter de importar engenheiros

A Europa arrisca-se a ter de importar, em poucos anos, engenheiros de outros continentes, “com formações de qualidade média inferior”, se não conseguir inverter a actual “crise de vocações”, defendeu o presidente da federação europeia das associações da classe.

Segundo José Vieira, se o panorama vocacional de atracção de jovens para os cursos superiores de engenharia não se inverter, "está em risco a supremacia europeia" na inovação e na competitividade industrial.

"Em poucos anos, arriscamo-nos a ter de importar engenheiros de outros continentes, com formações de qualidade média inferior", alertou, citado num comunicado da Universidade do Minho (UMinho).

José Vieira, professor da UMinho, é o primeiro português a presidir à Federação Europeia das Associações Nacionais de Engenharia (FEANI), que representa quatro milhões de membros de 33 países. 

A sua eleição para o triénio 2014-17 foi por unanimidade e decorreu na assembleia-geral do organismo, em Gdansk, Polónia.

No seu mandato, José Vieira pretende envolver os governos dos vários países membros da FEANI, que ultrapassam a geografia da União Europeia, e fazer lobbying para atrair a juventude aos cursos superiores de engenharia.

"Importa insistir que a engenharia tem emprego, é essencial para o desenvolvimento tecnológico da sociedade e está a ter uma internacionalização fortíssima", frisou.

A FEANI pretende ainda implementar um sistema de acreditação da formação contínua para os engenheiros, seguindo uma experiência pioneira de Portugal. 

"A engenharia é determinante para o progresso da indústria, da tecnologia e da inovação, e isso exige uma actualização constante dos engenheiros", disse José Vieira.

Lusa/SOL