O ministro marroquino da Informação, Mustapha Khalfi, veio desmentir a alegada recusa do país em organizar o CAN depois de surgirem notícias de que a CAF já teria entrado em contactos com as federações da África do Sul e do Gana para avaliar a possibilidade de ser disputar o torneio nesses países. O ministro do Desporto do Gana confirmou a sondagem feita ao seu país através do Facebook, enquanto a federação sul-africana enviou para os jornais a carta recebida pela CAF.
“Não há qualquer hipótese de sermos complacentes com a saúde e segurança dos cidadãos marroquinos”, disse hoje Khalfi numa conferência de imprensa convocada para esclarecer que o país pretende apenas adiar a competição que deverá começar a 17 de Janeiro e terminar a 8 de Fevereiro.
As autoridades marroquinas receiam que a chegada de milhares de adeptos de outros países, sobretudo da África Ocidental – onde o maior surto de sempre de Ébola já matou mais de 4.500 pessoas nos últimos meses –, possa deixar em perigo a sua população. “O futebol é apenas um jogo e não podemos jogar com a saúde dos marroquinos”, disse o ministro da Saúde, Houssaine Louardi, acrescentando que "não existe risco zero quando se trata de Ébola”.
Mas a CAF, que autorizou a suspensão de todas as competições futebolísticas em três dos países mais afectados pelo surto – Libéria, Guiné Conacri e Serra Leoa –, confirmou hoje a recepção do pedido marroquino mas, em comunicado, sublinhou que “não haverá mudanças na programação das competições”.