Deste encontro de raízes nasceu naturalmente o desejo da compra da Herdade de S. Miguel, mas o projecto original estava virado para a reflorestação destes 175 ha. A ideia, no entanto, foi evoluindo para outro universo, o do vinho, e esta foi a aposta que colheu apoio maioritário.
Em 2001 decidiram então plantar as primeiras vinhas. De início pensaram fazer somente vinhos topo de gama, mas depressa perceberam que teriam de alargar o leque de produtos e fazer também vinhos de entrada de gama.
O ano de 2004 marcou a história da propriedade que lançou no mercado o produto da sua primeira colheita – 26.000 garrafas do vinho Herdade de S. Miguel Tinto 2003.
Estavam assim lançados os alicerces de um caminho virado para o sucesso que, inclusive, os levou a adquirir outra propriedade, a Herdade da Pimenta, com uma extensão de 65 ha, pois só assim conseguiam atingir os números actuais de produção – três milhões de garrafas por ano. As duas propriedades permitem-lhes alargar o tipo da oferta de vinhos e isto porque os terrenos são completamente diferentes. Estão plantadas nos solos argilo-xistosos dos 35 ha da Herdade de S. Miguel castas como o Alicante, o Aragonez e a Touriga Nacional, isto no que se refere aos tintos; e Antão Vaz e Viognier nos brancos. Já na Herdade da Pimenta, os 65 ha de solo granítico receberam as castas Alicante, Touriga Nacional, Touriga Franca e Syrah nos tintos; e o Antão Vaz, o Verdelho e o Encruzado nos brancos.
Os solos argilo-xistosos da Herdade de S. Miguel oferecem-nos vinhos com maior concentração e boa qualidade de taninos, o que possibilita um enorme potencial de guarda. Na Herdade da Pimenta, o solo granítico reserva-nos outros encantos, chegando até nós vinhos mais minerais e elegantes e com maior frescura.
Com o decorrer dos anos, os proprietários quiseram satisfazer um maior número de consumidores e começaram a lançar edições especiais (Private Colection, colecções de monocastas e um Colheita Tardia Tinto).