"Sábado à tarde, junto à saída do porto de Viana do Castelo, o NRP Figueira da Foz embateu na sua parte imersa provocando a paragem de emergência das máquinas, prontamente controlada e sem quaisquer danos pessoais", lê-se no comunicado publicado hoje naquele portal.
De acordo com o mesmo documento, o navio "bateu no fundo" quando "manobrava para transbordo de pessoal".
"Ficou imobilizado e sem propulsão e foi conduzido por rebocadores para a doca seca dos estaleiros navais de Viana do Castelo, tendo ali entrado ainda no sábado à noite", acrescentou a Marinha.
O NRP Figueira da Foz, o segundo Navio de Patrulha Oceânica (NPO) da classe "Viana do Castelo" construído nos Estaleiros Navais de Viana, encontrava-se desde o início deste mês naqueles estaleiros, agora subconcessionados à West Sea, do grupo português Martifer, a ser sujeito a uma intervenção de "assistência pós-venda".
Já hoje de manhã, com o "esgotamento da doca" dos estaleiros da West Sea, foi possível, de acordo com a Marinha, verificar "os danos materiais a nível dos hélices, veios e lemes".
Para hoje está prevista a chegada a Viana do Castelo de uma "equipa de análise e avaliação que apurará as causas do acidente".
"Esta equipa é constituída por técnicos altamente especializados e inclui elementos do Instituto Hidrográfico que analisarão a zona do fundo no local do acidente", afirmou a Marinha.
A Marinha garantiu ainda "celeridade na análise e apuramento de eventuais responsabilidades".
O navio construído em Viana do Castelo para a Marinha deixou as docas dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) em dezembro passado, em pleno processo de subconcessão e encerramento da empresa pública. Foi o último dos mais de 220 navios construídos pelos ENVC em 69 anos.
O navio foi entregue à Marinha a 25 de novembro e passou a integrar o efetivo daquele ramo das Forças Armadas.
O NRP Figueira da Foz é o segundo Navio de Patrulha Oceânica (NPO) da classe "Viana do Castelo" construído naqueles estaleiros. Este primeiro par custou mais de 100 milhões de euros.
À semelhança do NRP Viana do Castelo – o primeiro da classe, entregue em abril de 2011 -, a guarnição deste segundo 'patrulha' é composta por quatro oficiais subalternos, oito sargentos e 25 praças.
O navio integrava uma encomenda inicial de oito NPO feita em 2004 pelo Ministério da Defesa, na altura liderado por Paulo Portas, para substituir a frota de corvetas, com 40 anos de serviço.
A construção dos restantes seria revogada já pelo atual Governo, através de uma resolução que em 2012 anulou a encomenda aos ENVC dos outros seis NPO e das cinco Lanchas de Fiscalização Costeira, negócio avaliado em 400 milhões de euros, devido ao processo de reprivatização da empresa que na altura estava em curso.
Com desenho próprio dos estaleiros, têm 83 metros de comprimento, capacidade para receber até 67 pessoas, podem transportar um helicóptero Lynx e foram concebidos como navios militares não combatentes: Podem ser utilizados para fiscalização, proteção e controlo das atividades económicas, científicas e culturais ligadas ao mar.
Lusa / SOL