Polaco salva grupo eurocéptico em Bruxelas

“Estamos de volta”, informa o site do Europa da Liberdade e da Democracia Directa (EFDD), grupo de eurocépticos no Parlamento Europeu que na sequência do abandono de uma deputada letã, na semana passada, deixara de preencher os requisitos necessários para receber os fundos, cargos e ‘tempo de antena’ reservados aos grupos políticos em Bruxelas.

“Citando Mark Twain: as notícias sobre a nossa morte foram manifestamente exageradas”, escreve o grupo liderado pelo polémico Nigel Farage, número um do Partido pela Independência do Reino Unido (UKIP), vencedor das europeias em terras de Sua Majestade.

Ignorando o facto de a dissolução do grupo ter sido anunciada no mesmo site do EFDD, o grupo informa que «apesar de riscado pelos federalistas», o EFDD mantém intacto o estatuto de grupo parlamentar graças à adesão do polaco Robert Jarosław Iwaszkiewicz, formalizada nos serviços do Parlamento Europeu (PE) ao início da tarde desta segunda-feira.

Nigel Farage acusa o presidente do PE, Martin Schulz, de ter festejado “prematuramente” o “silenciamento dos eurocépticos”. A “manipulação da política de bastidores” não funcionou, celebra o britânico, que agora antecipa um cenário em que os eurocépticos vão levar «os centristas fanáticos da UE a lamentar o seu breve ataque de arrogância”.

Já Robert Jarosław Iwaszkiewicz, eleito pela primeira vez como candidato do Congresso da Nova Direita, explicou que com a sua adesão ao EFDD pretende “ajudar o único e vital grupo eurocéptico do PE”. O polaco diz que se juntou ao grupo maioritariamente composto por membros do UKIP e do Movimento 5 Estrelas, do ex-comediante italiano Beppe Grillo, “devido a dois valores importantes – oposição à burocracia da EU e apoio ao mercado livre tão firmemente apoiado pela delegação do UKIP”.

O comunicado do grupo acaba recordando que “estava agendado o anúncio formal da dissolução do grupo EFDD para a abertura da sessão plenária de hoje”, mas “afinal haverá muitos eurocépticos felizes”. Com a entrada do polaco Iwaszkiewicz, o EFDD passa a ter 48 membros (muito acima dos 25 exigidos para a formação de um grupo parlamentar) que representam sete Estados-Membros, o mínimo exigido pelos estatutos do PE.

nuno.e.lima@sol.pt