Uma investigação complementar permitiu aos cientistas perceber que se tratava dos órgãos genitais do animal. A fêmea, por sua vez, tinha uma pequena cavidade óssea. Os ingredientes lá estavam, então, para que o Microbrachius se pudesse reproduzir sem a tradicional fertilização externa de ovos, algo que ainda hoje a grande maioria dos peixes fazem para o prolongamento da espécie. Segundo a equipa australiana, para conseguir ter um encontro de amor com a parceira, o Microbrachius cruzava a sua barbatana lateral com a da fêmea e a penetração dava-se de lado. “Não o podiam fazer na posição de missionário”, brinca John Long, coordenador do estudo, citado pela BBC. “O primeiro acto de copulação foi feito de lado, como numa dança de roda”.
Mas a importância da descoberta vai além de um simples fait-divers: “definimos aquele ponto da evolução em que se situa a origem da fertilização interna nos animais”. Curioso é que o Microbrachius não fez escola com este novo método. À medida que os peixes evoluíram, voltaram aos métodos tradicionais de fertilização. Os encantos da cópula só seriam ‘redescobertos’ milhões de anos depois por antepassados dos tubarões e das raias.