E o que fez ele de errado? Quando o 25 de Abril vacilava por caminhos ínvios, seguiu Spínola, numa rota discutível. Mas como Marcelo Rebelo de Sousa lembrou na sua última crónica dominical, Spínola acabou reintegrado nas Forças Armadas portuguesas, e até foi promovido a marechal, ao que julgo, por proposta de Mário Soares.
Alpoim foi igualmente reintegrado nas Forças Armadas (mal seria se Spínola, bem por cima dele, o fosse, e ele não), e até recebido com carinho na Guiné, onde mantinha ultimamente negócios, e onde lutou bravamente do lado português na Guerra Colonial (o que, na altura, não se pode dizer que fosse crime). Talvez não tivesse feitio para a promoção a almirante. Mas as homenagens como herói nacional reconhecido por inúmeras condecorações – essas merecia-as com certeza. Além do mais, comandou a última operação ofensiva do Exército português, na Guiné Gonakri, pais que esteve sob o seu domínio, e operação considerada perfeita na forma como atingiu, e até superou, os objectivos militares estabelecidos.