Um deles foi o médico Ira Byock, um especialista em cuidados paliativos que é contra as leis que autorizem os doentes a decidir como querem morrer, e que fez várias declarações em televisões e rádios nacionais sobre o assunto, escreve a revista People.
“Eu estou solidário com Brittany Maynard”, afirmou o especialista no passado dia 14 no canal de televisão PBS. “Mas quero assegurar às pessoas que ela pode receber excelentes cuidados e ser-lhe-ia assegurada uma morte tranquila, na sua cama, com a sua família”.
Maynard, de 29 anos, acusou o especialista de fazer declarações falsas. “Enquanto doente terminal, acho que é uma falta de respeito e é perturbador quando as pessoas falam sobre a minha saúde com pormenores que não são verdadeiros”, escreveu Brittany no site de uma rádio norte-americana para a qual o médico ia prestar declarações na passada quinta-feira.
“Infelizmente, [essa morte tranquila] só viria depois de muito tempo, com um grande período de sofrimento (físico e emocional) ”.
Ira Byock acusou mesmo a Compassion & Choices, uma organização não-governamental que promove a escolha da morte por parte dos pacientes e através da qual Brittany fez o seu anuncio , de estar a explorar mediaticamente a doente e a sua situação: “Fico preocupado com o que pode acontecer se ela quiser viver no dia 1 de Novembro. Vai sentir-se obrigada a pôr termo à vida para corresponder às expectativas do público?”
Uma acusação que Maynard nega, garantindo que a escolha é sua: “O dia é escolha minha. Tenho o direito de mudar de ideias a qualquer momento”.
“Uma morte assistida por um médico não é uma acção pessoal. É uma acção social”, garantiu o médico no programa de rádio, depois do comentário de Maynard.