Estado Islâmico obriga jornalista refém a fazer ’tour’ de Kobane

O Estado Islâmico (EI) publicou um novo vídeo esta segunda-feira nas redes sociais. Mas este é diferente dos outros.

O filme, com cerca de cinco minutos de duração, começa com imagens aéreas de Kobane (cidade síria que faz fronteira com a Turquia), filmadas por um drone do grupo jihadista.

Em seguida surge o jornalista John Cantlie, vestido com roupas pretas (a cor da bandeira do EI), a fazer uma reportagem sobre o que se passa na cidade.

O refém afirma que as notícias sobre a retirada e a perda de território por parte do EI na cidade são falsas e que Kobane está “totalmente controlada pelo Estado Islâmico”. 

“A batalha está a chegar ao fim. Ao contrário do que os media ocidentais têm dito, isto não é campo de batalha. Está praticamente acabado”, afirma.

O britânico refere ainda que os ataques aéreos norte-americanos e aliados em Kobani já custaram quase 500 milhões de dólares e que, como não há jornalistas no terreno, “os media estão a receber informações dos comandantes curdos e porta-vozes da Casa Branca e nenhum deles tenciona contar a verdade do que se passa no terreno”.

John Cantlie é um correspondente e fotojornalista britânico, sequestrado em Novembro de 2012 com James Foley – o jornalista norte-americano executado em Agosto deste ano.

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, citado pelo The Independent, 815 pessoas foram mortas na batalha pela cidade de Kobane nos últimos 40 dias – mais de metade eram militantes do EI. 

O SOL opta por não publicar esta peça de propaganda, mas disponibiliza o link para o vídeo publicado no site de notícias do Yahoo.

rita.porto@sol.pt