A votação de domingo foi ganha pelo partido liderado por Beji Caid Essebsi, uma figura ligada ao antigo regime que agora promete liderar o país nas reformas necessárias para consolidar as instituições democráticas da Tunísia. Porém, o Nidaa Tounes deve apontar outro nome para primeiro-ministro, já que o veterano de 87 anos é candidato às eleições presidenciais agendadas para Novembro.
O antigo ministro do ditador Habib Bourguiba, que foi também líder do parlamento durante o reinado de Ben Ali, é visto no eleitorado como a alternativa ao Ennahda, que depois de vencer as eleições para a Assembleia Constituinte no final de 2011 foi responsabilizado pelo crescente clima de insegurança no país e pela incapacidade de fazer frente às dificuldades económicas da população.
“A maior parte dos Governos pós-revolução enfrentam dificuldades, simplesmente porque as expectativas são altas após as revoluções”, explicou à Aljazeera Ahmed Gaaloul, membro do conselho consultivo do Ennahda. “Ganhar as últimas eleições colocou-nos num exame muito difícil. Os nossos líderes passaram anos na prisão ou no exílio e foi difícil governar”, acrescentou.
Os islamistas mantêm o apelo à formação de um Governo de unidade nacional, feito durante a campanha enquanto eram apontados como favoritos à vitória. “Temos de Governar em coligação, é bom para o país que se incluam todos os actores políticos”, defendeu Gaaloul.
Segundo resultados provisórios oficiais, divulgados na noite de segunda-feira, o Nidaa Tounes terá 83 deputados, correspondentes a 38% dos votos. Seguiram-se os islamistas moderados do Ennahda, com 31% e 68 membros eleitos. A Frente Popular, uma coligação de partidos secularistas de esquerda, terá obtido 17 deputados com 7% dos votos, enquanto os liberais da União Patriótica Livre se ficaram pelos 5% e terão direito a 12 deputados.