Na base desta reflexão comunitária que decorrerá nos próximos dois anos está a exortação apostólica “Alegria do Evangelho”, escrita pelo Papa em 2013 e que é uma espécie de diagnóstico e programa para a Igreja dos próximos anos. Para que o documento “não ficasse na prateleira, o Papa pediu aos bispos que levassem à prática esta proposta, reflectissem e ensaiassem novas formas de fazer chegar a mensagem cristã”. É isso que se pretende com o sínodo – com o tema “O sonho missionário de chegar a todos” – reconhece ao SOL o patriarca. “No fundo, é fazer ao nosso nível o que o Papa está a fazer a nível mundial”.
A reflexão arrancou em Setembro e, segundo o SOL apurou, vários grupos paroquiais estão já a debruçar-se sobre o documento. Jovens, adultos, casais do movimento de Equipas de Nossa Senhora, congregações religiosas e grupos de leitores estão a responder às perguntas que constam do primeiro guião elaborado pelo secretariado do sínodo. “Como dinamizar a participação activa de um maior número de pessoas na vida da comunidade? O que fazemos para acolher os que nos procuram pelo baptismo ou matrimónio? Como é que na nossa comunidade se exprime a preocupação com os pobres?” são as questões cujas respostas serão compiladas num documento de trabalho. Em 2016, cerca de 100 representantes das comunidades escolhidos pelo patriarca – entre leigos e padres – vão juntar-se na assembleia sinodal para analisar o documento e traçar orientações para o futuro.
Bispo de Viseu promete renovar
Apesar de este sínodo ser um momento inédito na história recente do patriarcado, há duas dioceses que têm um processo semelhante em curso: Viseu e Castelo Branco.
Em Viseu, o sínodo decorre há cinco anos, diz o bispo Ilídio Leandro, explicando que a iniciativa surgiu como forma de celebrar os 50 anos do Concílio Vaticano II (15 Dezembro de 2015). Para isso, estão a ser analisados quatro documentos: a Igreja, a palavra de Deus, as celebrações e a vida social e familiar. “A ideia é ouvir as pessoas e depois fazer mudanças para renovar”, explica o bispo, acrescentando que agora os relatórios estão a ser debatidos em assembleias gerais com religiosos e leigos. Amanhã está previsto o debate do segundo documento 'A palavra de Deus' num encontro com 140 pessoas.