Ana Avoila, apesar de não querer fazer estimativas para a acção de protesto, manifestou optimismo quanto à dimensão do desfile que terminará junto ao parlamento.
"Temos uma perspectiva optimista porque sabemos que milhares de trabalhadores de todo o país estão disponíveis para vir a Lisboa manifestar o seu descontentamento contra este Governo e as políticas que tem aplicado na Administração Pública", disse a sindicalista à agência Lusa.
De acordo com a dirigente da Frente Comum foram fretados autocarros para transportar mais de 10.000 funcionários públicos de vários distritos do país.
Mas, segundo a sindicalista, não há indicadores quanto à participação dos trabalhadores dos distritos de Lisboa, Santarém ou Setúbal porque esse deslocam-se em transporte próprio ou colectivo.
A coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, disse ainda que a manifestação, com pré-aviso de greve, tem como objectivo responder às medidas de austeridade aplicadas pelo Governo ao longo da legislatura, repudiar a sua política e exigir a sua demissão.
A manifestação nacional da função pública, com partida do Marquês de Pombal para a Assembleia da República, deverá contar com a participação de trabalhadores da administração local e central de todo o país.
A Frente Comum emitiu o habitual pré-aviso de greve para dar cobertura legal aos trabalhadores que se vão deslocar a Lisboa para participar no protesto.
Ana Avoila prevê que a participação na manifestação leve ao encerramento de alguns serviços, nomeadamente museus e escolas, apesar de não se tratar formalmente de uma greve.
Para a Frente Comum a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2015 é mais um motivo para engrossar a acção de protesto.
"A proposta de OE para 2015 representa, para os trabalhadores da Administração Pública, a continuidade das medidas de empobrecimento, de despedimentos, de roubos salariais e de destruição de serviços públicos", disse Ana Avoila.
A sindicalista lembrou que, desde 2011, o Governo arrecadou com o congelamento dos salários 1.700 milhões de euros, mais 4.400 milhões de euros com os sucessivos cortes salariais, mais 1.200 milhões de euros com a retirada dos subsídios de 2012 e mais 1.486 milhões de euros por via do aumento do horário de trabalho.
De acordo com a sindicalista, desde 2010 os funcionários públicos perderam 24,1% do poder de compra.
Lusa/SOL