Através de temas como o funcionamento dos centros oncológicos em Portugal, os ensaios clínicos, os tratamentos e suas várias perspectivas, assim como o depoimento de uma criança e de uma mãe, este encontro espera mostrar como a oncologia pediátrica é também "um assunto da sociedade civil".
Para a directora do serviço de pediatria do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, Filomena Pereira, "a oncologia pediátrica é um assunto médico, dos pediatras, da oncologia, dos doentes, mas é um assunto da sociedade civil, também".
"É uma área que precisa imenso do suporte da sociedade civil, não para o básico, para ter o que precisamos de ter, mas para termos suporte que nos permita avançar, em conjunto com a sociedade científica internacional, para formas de investigação e terapêutica, que não se compadecem com a falta de recursos, nomeadamente económicos e humanos", disse à agência Lusa.
Para a directora geral da Fundação Rui Osório de Castro, que organiza este seminário, o encontro pretende abordar "todos os temas que são importantes para quem lida directamente e diariamente com estes problemas: os profissionais de saúde, os familiares e as próprias crianças".
A Fundação tem como objectivo "passar tudo aquilo com que as famílias lidam, seja do ponto de vista mais científico e mais clínico – da parte dos médicos, quais as terapêuticas que existem, quais os tratamentos alternativos — seja o testemunho de pais e crianças que já passaram por isto", afirmou Mariana Oliveira.
"Convidámos uma mãe e um sobrevivente, uma rapariga que já passou por isso, e também os profissionais de saúde nas várias dimensões que são importante explorar: nível psicológico, emocional, lúdico", adiantou.
Os profissionais que tratam crianças com cancro gostavam de ter, mas não têm, uma fórmula mágica para dar a notícia desta doença aos pais, como disse à Lusa Filomena Pereira.
"Quem me dera que houvesse uma receita mágica. Há um conceito que é absoluto: ninguém pode nunca dizer 'eu sei o que está a sentir'".
"Todo este tipo de experiência, assim como as experiências dolorosas, são absolutamente individuais. A única coisa que podemos transmitir é que estamos habituados, ao longo de muitos anos, a lidar com a situação e identificamos algumas maneiras a ajudar a lidar com elas. Algumas estratégias", afirmou.
Lusa/SOL