Cidade americana aprova taxa contra bebidas açucaradas

Muitas tentaram, principalmente Nova Iorque, mas só agora uma cidade americana conseguiu limitar de alguma forma as bebidas açucaradas à venda nos supermercados ou nas cadeias de fast food. Berkeley conseguiu a proeza com uma taxa extra de um cêntimo por cada 30 mililitros.

No país em que tudo é ‘grande’, como as avenidas ou os automóveis, um cêntimo de dólar pode parecer pouco. Mas as bebidas também entram na categoria dos tamanhos exagerados – copos de um litro são bastante comuns e há até alguns extremos de copos superiores a três litros em lojas de conveniência e restaurantes de fast food – pelo que a taxa pode representar facilmente 30 a 40 cêntimos de aumento no preço.

A Medida D foi votada esta terça-feira pelos eleitores de Berkeley, paralelamente às eleições intercalares para o Congresso norte-americano, conseguindo 75% dos votos. Afecta os refrigerantes açucarados, deixando de fora as bebidas alcoólicas e os refrigerantes light. Em São Francisco, também na Califórnia, os eleitores chumbaram uma proposta semelhante.

Segundo contas da associação de rádios NPR, a taxa pode significar um milhão de dólares (807 milhões de euros) por ano para os cofres da cidade. No entanto, durante a campanha foram gastos vários milhões dos dois lados da barricada. Os empresários de bebidas, que lutaram contra a proposta, investiram quase dois milhões de euros em publicidade na campanha. Do lado dos apoiantes da Medida D, só uma pessoa – Michael Bloomberg, que não conseguiu aplicar medidas semelhantes enquanto Mayor de Nova Iorque – terá aplicado 530 mil euros, mais de metade do total angariado, que ultrapassou os 985 mil euros.

emanuel.costa@sol.pt