Num livro de memórias que acaba de lançar, Helmut Kohl não poupa Merkel nem o democrata-cristão que esta colocara na chefia do Estado e depois foi forçada a deixar cair – Christian Wulff. Deste, diz Kohl que é “um grande traidor. E, ao mesmo tempo, uma nulidade”.
Pena ele não ter feito a tempo aquela prova de lhe pedir que apontasse Berlim num mapa, e ver que ela não conseguia – como aconteceu uma vez à frente de toda a gente, através da comunicação social. Ou de a ter visto logo bramar portugueses, gregos e espanhóis tinham férias a mais, trabalhavam poucas horas e reformavam-se demasiado cedo, antes de reparar que os próprios alemães trabalham muito menos horas, têm mais dias de férias e a idade de reforma mais cedo do que os países por ela citados.
Seria engraçado verificar como um grande líder teve tão pouca visão para escolher uma colaboradora medíocre, se não tivéssemos todos os europeus de arcar com as consequências da mediocridade deslumbrada e nada lúcida dela (assumindo pessoalmente o Estatuto que a Alemanha, como grande potencia europeia, mas pequena mundial, lhe dá na qualidade de Chanceler) – que quanto mais deslumbrada e pouco lúcida mais fascina gente como Passos Coelho.