Quanto ao atrapalhar do OE, tem Cavaco razão: haverá então que mudar a Lei Eleitoral – o que neste momento será impossível, pela posição conhecida dos partidos da maioria, PSD e CDS, contra eleições antes de Setembro/Outubro. O Presidente até consideraria útil um novo Governo do PS ficar limitado por um OE do PSD (apesar de nenhum deles ter até agora funcionado). Mas todos sabemos que esse limite só existirá se o PS o quiser.
O que mais sobressai na posição de Cavaco, no entanto, é ele colar-se sem dúvidas à posição dos partidos da sua maioria, ignorando as aspirações do PS – cuja vitória eleitoral é dada como segura, e a avaliar pelas últimas sondagens com grandes probabilidades de obter maioria absoluta. Isto significa também que Cavaco já não se interessa em promover uma aproximação de diálogo entre o PS e o PSD. As fixas foram jogadas, e tudo ficou claro. Cada um conta com os seus, e não quer misturas.