O autor norte-americano Sam Fiorella escreveu um texto para o site Huffington Post onde descreve a forma como lidou com a morte do seu filho de 19 anos, que decidiu suicidar-se após um longo período de depressão.
“Não há palavras que me consigam consolar. A morte é triste para os familiares e amigos que de quem partiu, mas também para aqueles que apoiam os que cá ficaram”, acrescenta.
O autor descreve a ineficácia das palavras em casos destes. Aqueles que nos rodeiam tentam por tudo confortar-nos, mas não têm noção da falta de poder que estas afinal possuem.
“Dizemos aos sobreviventes para serem fortes, para recordares os bons momentos (…) Infelizmente – e especialmente nos casos de suicídio – as palavras falham. Elas não deviam sequer ser partilhadas com aqueles que estão a sofrer. Apesar das boas intenções que tentam transmitir, acabam por agravar o sofrimento daqueles que fazem o luto”, explica Sam Fiorella.
O autor fez uma lista das frases que lhe foram ditas após a morte do filho que em nada ajudaram a superar a perda de Lucas, de 19 anos.
1. “Como estás?”: “Só existe uma resposta para isso: “Estou péssimo, obrigado por perguntares”. Claro que não é isso que respondo, aquilo que digo serve apenas para ser simpático para com aquele que pergunta”, afirma. “Em vez de me perguntar como estou, dê-me apenas um abraço silencioso”.
2. “Sê forte”: “Se ser forte significa que não devo fazer o luto, fingir que o meu coração não está despedaçado, não o consigo fazer (…) É impossível. Àqueles que o tentam fazer, isso não é saudável. Só serve apenas para prolongar a agonia”, acrescenta.
3. “O pior vai ser nas alturas festivas”: “O meu filho morreu a meio de Outubro e todos me dizem que o Natal vai ser terrível. Sim, os aniversários e as épocas festivas vão ser maus, mas porquê antecipa o sofrimento? Eu não sei como me vou sentir nessa altura”.
4. “Sinto a tua dor”: É impossível sentir a dor de um pai que perde um filho. Pior ainda, esta frase acaba por colocar ainda mais pressão naqueles que perderam o familiar. “Saber que existem pessoas a sofrer connosco é uma bênção e uma maldição ao mesmo tempo. Sentimos o amor dos outro (…) mas por outro lado não conseguimos fazer o luto se estamos ocupados a consolar os outros”, diz o autor.
SOL