Irregularidades na Petrobras chegam quase aos mil milhões de euros

As irregularidades que estão sob investigação nas operações da petrolífera estatal do Brasil, Petrobras, custaram aos cofres públicos cerca de três mil milhões de reais (939 milhões de euros) disse na terça-feira o presidente do Tribunal de Contas brasileiro.

As estimativas de Augusto Nardes incluem o aumento do custo, de forma alegadamente irregular, das obras no complexo petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e nas refinarias de Abreu e Lima, em Pernambuco (nordeste), Duque de Caxias (Rio de Janeiro) e Getúlio Vargas (Paraná, no sul), além da ruinosa compra de una refinaria na cidade norte-americana de Pasadena, nos EUA.

Durante um almoço com jornalistas, Nardes classificou as irregularidades como "o maior escândalo investigado" pelo Tribunal de Contas brasileiro.

As alegadas irregularidades estão a ser investigadas em processos diferentes pela Procuradoria do Rio de Janeiro e por uma comissão parlamentar.

Cerca de metade daquele montante corresponde às perdas sofridas na compra da refinaria de Pasadena em 2006, processo em que o Tribunal de Contas deu como provado o preço excessivo pago na operação.

A Petrobras comprou metade do capital da refinaria de Pasadena por 360 milhões de dólares à empresa belga Astra Oil, que um ano antes a tinha comprado na íntegra por 42,5 milhões de dólares.

Em Julho, este tribunal determinou o bloqueio dos bens de 11 ex-directores da Petrobras considerados responsáveis pela compra desta refinaria.

Por outro lado, excluiu a responsabilidade da presidente brasileira, Dilma Rousseff, que na época dos acontecimentos integrava a administração da Petrobras enquanto ministra de Minas e Energia.

Lusa/SOL