Não sei onde a Education Firs foi buscar a sua amostra. Talvez em Portugal a algum bairro degradado de imigrantes étnicos de um subúrbio lisboeta, e em Espanha à Calle Serrano e Praça de Collón. Mesmo assim, estranho. Porque vivi 14 anos em Madrid, e não conheci espanhóis a falarem um inglês que se percebesse. Mesmo os mais viajados, e de cultura elevada, perdiam-se numa algarviada de sons, impossível de decifrar. Enquanto por cá, qualquer estudante que conheço se safa a falar inglês.
Tenho pensado que a First Education não fez qualquer investigação mais aturada, do que gravar as declarações de Durão Barroso em inglês. Mesmo assim, bastaria ouvir também as de Guterres, para mudarem de opinião.
E mesmo ali, em Bruxelas, suponho que os portugueses ganham bem aos espanhóis a falarem inglês. Barroso fala mal, mas entende-se. E quem não se lembra de Javier Solana, o espanhol responsável por política externa da Comissão, que embora parecesse um príncipe ao lado de Barroso (enfim, no aspecto, na postura, no trajar), bem arengava em inglês, sem se perceber uma palavra.
De resto, se os catalães têm na sua língua materna os sons que lhes permitem falar idiomas estrangeiros, e desenvencilham-se muito bem em francês e inglês, os castelhanos não sabem sequer soletrar muitos sons. Espanhóis a falarem melhor inglês do que os portugueses? Really?I can’t believe.