Miguel Macedo deixou o resto do Governo em foco

Miguel Macedo, o ex-ministro da Administração Interna, foi muito elogiado, por correligionários e opositores, por ter insistido em seguir as regras da democracia, demitindo-se por razões políticas – e contrariando mesmo a falta de noção democrática do primeiro-ministro, que tentou evitar de todas as maneiras a demissão.

Agora, quem fica em foco, como mau em politica e em regras democráticas, é o resto do Governo. Em primeiro lugar Passos Coelho, que definitivamente não tem noção de nada, e é obrigado a engolir os que felizmente têm e o contrariam.

Depois Portas, afundado em questões que vão dos submarinos aos vistos gold (neste caso, como diria o insuspeito comentador assumidamente de direita, João Miguel Tavares, anda a ouvir mal os sermões de domingo – se é realmente católico e pretende ter um arzinho democrata-cristão). Logo a seguir, ministros desastrosos como a da Justiça (que ainda por cima procura bodes expiatórios, para imolar em seu lugar) e o da Educação. E outros, como o passivo Mota Soares, que assiste impávido aos cortes da Segurança Social, que ele deveria defender, ou Mª Luís Albuquerque, que nem sabe controlar o marido, nem o OE, nem nada, limitando-se a procurar seguir aplicadamente as políticas de um Vítor Gaspar, que se pôs a andar quando percebeu que elas não funcionavam e ele não conseguia discernir outras. E muitos mais, incluindo a substituta de Macedo, que só uma estranha ambição (ou menos estranha, se virmos as promoções que recebem os ex-ministros) explicará ter aceite este lugar.

Só nos vale a ideia de que o Governo tem prazo de caducidade marcado.