A 21 de Novembro de 2013, milhares de elementos das forças e serviços de segurança – PSP, GNR, SEF, ASAE, Polícia Marítima, guardas prisionais, Polícia Municipal e Polícia Judiciária — protestaram contra os cortes orçamentais.
No final da manifestação, junto à Assembleia da República, os manifestantes derrubaram as barreiras metálicas de protecção, passaram pelo contingente policial e, num gesto inédito, chegaram ao topo das escadarias, com o corpo de intervenção a recuar até às portas da AR.
Não houve carga policial e os polícias manifestantes – que junto à porta da AR cantaram o hino nacional e gritaram "Invasão", "Demissão" e "Polícia unida jamais será vencida" – garantiram sempre que se tratou de um gesto simbólico.
Na sequência destes incidentes, o então director nacional da PSP, Paulo Valente Gomes, colocou o lugar à disposição, tendo a sua disponibilidade sido aceite pelo ex-ministro da Administração Interna.
Miguel Macedo, que garantiu que "não pode nem vai repetir-se" uma invasão à escadaria do parlamento, escolheu o comandante da Unidade Especial de Polícia, Luís Farinha, para novo director da PSP.
A IGAI elaborou um inquérito de averiguações à manifestação, tendo sido enviadas, para o então titular da Administração Interna, em Dezembro do ano passado, as conclusões do relatório.
Miguel Macedo, que apresentou domingo a demissão da pasta da Administração Interna, na sequência de uma investigação aos vistos "gold", nunca divulgou o relatório da IGAI, nem o entregou ao parlamento, apesar da insistência dos partidos da oposição.
No passado mês de Outubro, Miguel Macedo disse que ainda estava a "ponderar" quais as medidas a tomar face ao relatório da IGAI.
O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia e secretário nacional da Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, Paulo Rodrigues, estrutura que organizou o protesto, disse à agência Lusa que desconhece qual a fase em que se encontra o processo, esperando que já esteja arquivado.
"Se o ex-ministro da Administração Interna arquivou o processo, foi a atitude mais correcta. Se não o fez, espero que a actual ministra faça uma análise muito clara", sustentou.
Paulo Rodrigues adiantou ainda que a abertura de um inquérito "não fez qualquer" sentido, considerando que os resultados da manifestação foram uma consequência das políticas do Governo.
Lusa/SOL