Carlos Costa
O governador do Banco de Portugal foi esclarecedor nas explicações e consistente na cronologia dos factos ao abrir os depoimentos na comissão de inquérito do Parlamento ao caso BES. Não tiveram sorte aqueles que procuravam centrar as atenções e as culpas numa eventual falha dos polícias para assim desculpabilizarem a criminalidade dos ladrões. O BdP teve a coragem, que faltou a muitos outros, de enfrentar o poder de Ricardo Salgado e do clã Espírito Santo, de denunciar os seus desmandos e ilegalidades e de os afastar da gestão do BES. As dificuldades e o valor dessa atitude ficaram evidentes no depoimento do governador do BdP.
Anabela Rodrigues
Tem um currículo académico e profissional que todos elogiam e falta apenas avaliar se terá, também, o necessário pulso político para uma pasta tão atritiva como a da Administração Interna. Sucede, ainda por cima, a um ministro que geriu com firmeza e sem grandes conflitos a tutela das polícias. Tem menos de um ano para mostrar o que vale. Para já, foi uma surpresa refrescante para a imagem do Governo. E que reforça o já significativo peso feminino no Executivo de Passos Coelho.
& Sombra
Miguel Macedo
Uma demissão do Governo é sempre uma derrota política. Mas há demissões, como esta (ou a de Jorge Coelho há anos), que suscitam elogios generalizados pelo desprendimento pessoal e a ética política que revelam. São demissões politicamente virtuosas. Tornou-se um dano colateral da operação Labirinto, que atingiu o seu círculo de amizades. Mas, fora do Governo e no Parlamento, o seu traquejo e gosto pela política colocam-no na linha da frente do PSD para o ciclo pós-Passos.
Rui Vilar
É socialmente deplorável a atitude da REN e da Galp em não pagarem o imposto da contribuição extraordinária – num momento de crise e austeridade em que os portugueses não podem fugir a uma carga fiscal de sobretaxas, impostos e várias contribuições extraordinárias. O presidente da REN, que já foi ministro e presidente da Gulbenkian, entre outros altos cargos, devia ser um exemplo de responsabilidade cívica e sensibilidade social. Pelos vistos, não é… é mesmo o contrário.