Sócrates e a independência do Ministério Público

Vi por aí escrito que o caso Sócrates é uma demonstração do papel da nova procuradora-geral da República em tornar o seu departamento mais independente da politica, e mais activo.

No entanto, continuamos a verificar que só se avançam com processos contra gente que saiu do Poder. Até consta por aí que alguns não o querem abandonar, para não lhes acontecer o mesmo que a Vale e Azevedo (por sinal, a investigação a Sócrates, ao que consta com indícios fortes, foi abandonada por ordem do MP, quando ele era só um simples secretário de Estado de um Governo ainda assim no Poder). E sorrio quando recordo o telefonema que me fizeram agora da Madeira, a perguntar quando é que ali se avança contra pessoas cujos indícios criminais são públicos e notórios. Eu não conheço os casos, mas acredito que não se avançará se essas pessoas não estiverem na oposição.

E há mais casos em que todos pensam. Veremos se Sócrates só serviu para desviar as atenções dos vistos doirados. E não se pense que eu simpatizo especialmente com Sócrates, e que não gostaria de perceber como ele saiu tão enriquecido da politica. Ele e outros, normalmente até sem serem do PS.