"Isso é do domínio público, mas agora que seja amigo de José Sócrates, é uma coisa que você está a insinuar", comentou Figo, quando questionado por um jornalista durante uma campanha de solidariedade num hospital de Lisboa.
Em declarações transmitidas pela CMTV, Figo, quando questionado directamente sobre se está arrependido por ter apoiado José Sócrates, respondeu que se trata de uma questão pessoal.
"Isso são coisas minhas, você não tem de saber se me arrependo ou não", respondeu Figo, admitindo ter sido prejudicado pela decisão de apoiar Sócrates.
"Penso que já fui bastante prejudicado pela decisão que tive na altura, em apoiar o primeiro-ministro. Penso também que toda a gente tem o direito à presunção de inocência até que a Justiça dite aquilo que tem de ser resolvido e, por isso, não tenho mais nada a afirmar em relação a isso", disse ainda Luís Figo.
Em Setembro de 2009, o antigo jogador do Sporting, Barcelona e Real Madrid apoiou Sócrates na reeleição para o cargo de chefe de Governo pelo Partido Socialista.
O apoio público de Luís Figo a José Sócrates deu origem ao denominado caso "Taguspark", que investigou se foi utilizado dinheiro público como pagamento ao ex-jogador.
A sentença do caso "Taguspark" foi conhecida em Junho de 2013 mas não houve condenação por falta de provas.
O ex-primeiro ministro José Sócrates foi detido pouco depois das 22:00 de sexta-feira, no aeroporto de Lisboa, depois da viagem desde Paris, tendo sido transportado de imediato para o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), onde lhe foi comunicado que estava indiciado dos crimes de branqueamento de capitais, corrupção e fraude fiscal qualificada.
Com os mesmos crimes, Carlos Santos Silva, amigo de longa data de José Sócrates, e o advogado Gonçalo Trindade Ferreira também foram detidos na quinta-feira.
Igualmente detido nesse mesmo dia, o motorista de Sócrates, João Perna, está indiciado de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e detenção de arma proibida.
Na segunda-feira, foi aplicada a prisão preventiva a Sócrates, Perna e Santos Silva.
Lusa/SOL