Instabilidade fiscal

Os patrões queixaram-se da instabilidade fiscal. Teodora Cardoso, presidente do Conselho de Finanças Públicas e tida como independente, queixou-se da instabilidade fiscal, por causa dos investidores.

Estas queixas devem-se ao facto de o PS romper o acordo do IRC, por o Governo não cumprir com a parte do IRS e do IVA?

Também nos impostos, e sobretudo nisso, como se vê nos países nórdicos mais ricos e desenvolvidos, os fins não justificam os meios. A necessidade dos investidores, por mais dinheiro que o país precise, não se pode sobrepor à dos outros cidadãos – que, de resto, elegem os governos.

Na Alemanha e nos Estados nórdicos os impostos são altíssimos, mas ninguém se queixa, porque vêem para onde eles vão, e que procuram fazer uma redistribuição da riqueza, através dos serviços sociais e públicos. E aí, as empresas pagam mais (não como castigo pelo sucesso, mas como reconhecimento do sucesso, e contribuindo para a redistribuição da riqueza), bem como os mais ricos.

Em Portugal, desde que este Governo está em funções, a estabilidade fiscal acabou completamente – mas para todos: investidores e trabalhadores. Não é de agora. Penso que as queixas dos patrões e investidores sejam paralelas às do resto da população, e como tal tratadas.