Ministra das Finanças: Há divergência de previsões entre Lisboa e Bruxelas

A ministra das Finanças disse hoje que há uma divergência de previsões entre o Governo e a Comissão Europeia (CE), numa reacção ao parecer de Bruxelas sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2015.     

Ministra das Finanças: Há divergência de previsões entre Lisboa e Bruxelas

 

"O que a Comissão Europeia veio dizer não é diferente do que já tinha dito nas Previsões de Inverno. Temos uma divergência de previsões", afirmou Maria Luís Albuquerque à margem da conferência "Europe: New Opportunities in the New World", que decorreu hoje em Lisboa. 

A Comissão Europeia alertou hoje que o Orçamento do Estado português para 2015 "está em risco de incumprimento" do Procedimento de Défices Excessivos, em particular, de não cumprir a recomendação de alcançar um défice inferior a 3% do Produto Interno Brito (PIB) e revelou a necessidade de mais medidas estruturais de consolidação significativas para 2015.

Mas o Governo português continua a defender que as suas previsões são adequadas. 

"O INE [Instituto Nacional de Estatística] acabou de rever em alta os números do crescimento do terceiro trimestre, reforçando as nossas expectativas para o ano de 2014 e dando ainda mais confiança de que as previsões estão corretas", disse Maria Luís Albuquerque.

A governante acrescentou que "o Governo está totalmente comprometido em que o procedimento do défice excessivo seja terminado em 2015" e continua confiante de "que o Orçamento é absolutamente exequível".  

Salientando que uma das divergências com Bruxelas se prende precisamente com o ano de 2014, a ministra frisou que os números que hoje foram divulgados "vão mais no sentido de confirmar" as previsões do Governo, que estimou um crescimento de 1% no segundo orçamento rectificativo, do que as de outras instituições internacionais, que colocam esse patamar entre os 0,8 e 0,9%.

Questionada sobre as diligências judiciais realizadas na quinta-feira na casa do ex-presidente executivo do BES, Ricardo Salgado, no âmbito dos processos relacionados com o "universo Espírito Santo", Maria Luís Albuquerque afirmou apenas que as instituições estão a fazer o que tem de ser feito.

"Não vejo porque é que isso nos há de preocupar particularmente. O que nos importa são os problemas que o país tem", realçou.

Lusa/SOL