Segundo a empresa liderada por Ponce Leão, este aumento é o quarto desde a privatização da gestora de dez aeroportos portugueses, ganha pelo grupo francês Vinci, no início de 2013. O próximo aumento acontece a 01 de Janeiro de 2015, o que já foi contestado pelas companhias aéreas.
Apesar da frequência da actualização das taxas, a ANA realça que "a soma dos aumentos nos últimos cinco anos é inferior a um euro (97 cêntimos), por passageiro, ficando o aeroporto de Lisboa, ainda assim, 22% abaixo da média do grupo de aeroportos de comparação, nomeadamente o de Madrid, onde o valor cobrado por passageiro fica 78% acima do preço praticado na capital portuguesa.
Quando em Agosto anunciou este aumento, a ANA explicou que o tráfego acumulado à data de 30 de Junho de 2014 era significativamente superior ao previsto em 2013 e as perspectivas de evolução para o verão da IATA indicavam um desempenho no segundo semestre que irá acentuar ainda mais esta tendência.
"Tendo em conta os montantes de desvios de receita regulada a recuperar, considera-se justificado a recuperação dos défices estimados, procedendo ao reajustamento das taxas reguladas no aeroporto de Lisboa e do Porto no mês de Dezembro de 2014", adiantava então o presidente Jorge Ponce de Leão.
Ainda assim, a empresa detida pelos franceses da Vinci esclarece que este aumento é "apenas uma recuperação parcial" do desvio, correspondente a 46% do desvio apurado em Lisboa e 26% no Porto.
"Esta decisão procura evitar o avolumar do valor das taxas não cobradas às companhias aéreas, a recuperar dois anos mais tarde, e promover uma evolução mais estável das taxas entre 2014 e 2015, ao mesmo tempo que mantém suficiente margem de segurança para absorver, caso ocorra, qualquer abrandamento no ritmo de crescimento de tráfego daqueles aeroportos", acrescenta.
Em Novembro, o aeroporto de Lisboa registava uma taxa de crescimento de tráfego de 13,6% e o do aeroporto do Porto de 8,5%.
A ANA recorda que para aumentar a capacidade e qualidade da oferta vão ser investidos 275 milhões de euros até 2018 nos aeroportos portugueses, que, após a privatização, viram aumentar em seis o número de companhias aéreas a operar de forma regular.
Entretanto, a RENA – Associação das Companhias Aéreas apresentou uma reclamação, pedindo ao Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) a suspensão do aumento previsto para 01 de Janeiro.
Lusa/SOL