Álvaro Neves frisou que o GPIAA, como autoridade nacional de investigação e prevenção de incidentes/acidentes aéreos, "está atento e preocupado" com a "proliferação e a utilização destes aparelhos na actividade recreativa e comercial", e avisa que a actual regulamentação está desadequada face às necessidades operacionais deste tipo de equipamentos.
O responsável explicou que, originalmente, as aeronaves não tripuladas e remotamente pilotadas foram desenvolvidas para uso militar, mas, a indústria civil viu nestes equipamentos uma possibilidade de gerar imagens aéreas em alta definição a um custo reduzido, bem como outras potencialidades, nomeadamente no trabalho aéreo.
"Porém, todos estes `drones´ voam de forma irregular sobre as nossas cabeças, bem como, em determinados momentos, entram em conflito com a aviação comercial, pondo em risco a sua operação. Uma vez que se multiplicam pequenos filmes na internet provando a existência destes aparelhos em território nacional, sem que haja qualquer restrição ao uso dos mesmos, urge também alterar o rumo da situação atual", defendeu Álvaro Neves.
O director do GPIAA acrescentou que estes equipamentos proliferam em muitos países, Portugal não é excepção, os quais são utilizados nas mais variadas actividades: entregar pizas, monitorização do trânsito, eventos sociais, segurança pública, agricultura, inspecções de infra-estruturas, inspecções de linhas alta tensão ou investigação atmosférica.
Álvaro Neves referiu que a Comissão Europeia já encorajou a adopção de medidas para permitir a integração progressiva das aeronaves não tripuladas no espaço aéreo civil, a partir de 2016, respondendo ao apelo dos sectores europeus da indústria transformadora e dos serviços para que se eliminem obstáculos à introdução de ‘drones’ no mercado único europeu.
Contudo, o director do GPIAA apelou primeiro à realização de um estudo alargado a todos os intervenientes na actividade comercial, que deve ser acompanhado de um debate público sobre as medidas que abordem preocupações sociais, como a segurança, a protecção e a privacidade dos dados, a responsabilidade civil e os seguros ou garantias.
Lusa/SOL