Bolachas das escuteiras americanas: um negócio de milhões

É uma tradição antiga nos Estados Unidos, muito representada até em filmes, desenhos animados ou livros norte-americanos. As girl scouts americanas, o equivalente às guias portuguesas, começaram a vender bolachas porta a porta em 1917, no Oklahoma, para financiar o agrupamento local. Desde então o ‘negócio’ não parou e, com apenas 12 tipos de bolachas…

Agora as guias, que começaram a produzir as bolachas de forma industrial em 1936, querem levar as vendas mais longe, apostando na internet e nas redes sociais a partir do próximo ano. No entanto, seguindo a longa tradição de vender directamente – e aqui entra a famosa imagem das meninas vestidas de verde a tocar à campainha –, para fazer uma encomenda o cliente tem de ser conhecido pela guia, uma vez que a entrega é feita pessoalmente.

Uma das razões para estas regras e para a ‘demora’ em entrar no mercado online prende-se com os perigos da net. As girl scouts vendem as bolachas na rua e na casa das pessoas, e são na sua esmagadora maioria menores, dos nove aos 17 anos. Os pais têm de dar autorização às meninas que venderem as bolachas online e acompanhar esse processo.

As guias americanas foram fundadas em 1912 por Juliette ‘Daisy’ Gordon Low, que convidou 18 raparigas para um encontro em Savannah, no Estado da Geórgia. O objectivo era incentivar o seu desenvolvimento físico e mental através de actividades de exterior como desporto, caminhadas ou acampamentos, muito à semelhança do que já existia com os escuteiros rapazes.

Neste momento há cerca de 3,2 milhões de girls scouts nos Estados Unidos, 2,3 milhões são guias e outros 890 mil membros adultos, principalmente voluntários. Estima-se ainda que haja 59 milhões de antigos membros. A nível internacional, as girl scouts americanas fazem parte de uma rede mundial de cerca de 10 milhões de raparigas, onde se contam as quatro mil guias portuguesas.

emanuel.costa@sol.pt