Primeiro: compreendo que Alberto da Ponte, um gestor cervejeiro, não tenha jeito para administrar uma empresa de comunicação social – embora reconheça que se esforçou para não a deixar aborrecer o Governo. Segundo: compreendo que este mesmo Alberto da Ponte corresponda mais a um perfil do agrado de Miguel Relvas (que penso ser quem o nomeou) do que ao do academicamente mais sofisticado Poiares Maduro – que aproveitou assim para arredar uma relíquia de tempos anteriores ao seu. Conclusão: não me apetece vir para aqui, nem defender Alberto da Ponte, nem Poiares Maduro, por causa deste caso.
Agora vamos ao caso em si: a Liga Europeia. Vivi 14 anos em Madrid, e ainda assisti à época em que um Governo do PP obrigou a TVE a comprar direitos dos principais campeonatos de futebol, nacionais e internacionais, para os transmitir em sinal aberto, como serviço público.
Passemos a Portugal: no mesmo dia em que se sabe da demissão da administração da RTP, por ter contratado a Liga Europeia dos Campeões de futebol, era noticiado que o Governo se propõe apoiar e garantir o Open de Ténis e o Rali de Portugal. Serão estas modalidades mais merecedoras de atenções de serviço público do que o popular futebol? Só por serem menos populares e mais elitistas?
E nem vou entrar na discussão do que deve ser Serviço Público, em que não estou nada de acordo com os que acham ser só o que as privadas não querem (imagino as TVs públicas, como no resto da Europa, a avançarem com um serviço geral de qualidade, que puxe as privadas; podendo tocar em todos os sectores, tendo como única obrigação a qualidade). Acho que a Liga dos Campeões, de resto, poderia ser comercialmente muito bem explorada pela RTP. Enfim, estou de queixo caído.