Uma das pessoas que sofreu com estas síndromes foi Danika Heron, uma australiana de 19 anos. A jovem, que foi diagnosticada há um ano com epilepsia, recebeu ordens do médico – dias antes do seu 19º aniversário – para começar a tomar dois novos medicamentos para controlar a doença: O Lamictal e o Keppra.
No seu dia de anos, Danika começou a ver que tinha algumas irritações na pele e os lábios inchados. Foi ler a bula dos novos medicamentos e percebeu que era possível ter reacções cutâneas após os mesmos. Era raro, mas possível.
No entanto, os sintomas começaram a piorar e a jovem dirigiu-se de imediato para o hospital. Depois de ter sido analisada pelos médicos, estes disseram que Danika tinha herpes, sarampo e varicela.
A jovem regressou a casa, mas pouco tempo depois teve que voltar ao hospital pois os sintomas estavam a piorar. Foi aí que os médicos se tinham enganado: Danika tinha a síndrome de Steven Johnson e de Lyell’s.
Numa primeira fase, o doente começa por exibir sintomas da síndrome de Steven Johnson, uma doença causada por uma reacção alérgica grave, envolvendo erupção cutânea nas mucosas, podendo ocorrer nos olhos, nariz, uretra, vagina, na zona gastrointestinal e no aparelho respiratório. À medida que a febre, a erupção cutânea e as hemorragias vão aumentando, esta doença evoluí para a síndrome de Lyell’s, cujos sintomas são exactamente os mesmos, mas num grau mais perigoso, podendo mesmo levar à morte.
Ou seja, a pele de Danika estava num estado semelhante à das pessoas que sofrem graves queimaduras. As bolhas e as irrigações começaram a espalhar-se por todo o corpo e a jovem australiana já tinha dificuldades em respirar e em comer. No entanto, Danika foi a excepção à regra e conseguiu sobreviver.
“Não me lembro de quase nada do tempo que passei no hospital. Só me lembro de sentir muitas dores e de ter a sensação que o meu corpo estava a arder”, contou ao Daily Mail.
A recuperação também não foi nada fácil: “Uma semana depois de ter saído do hospital comecei a ficar sem cabelo e as minhas unhas das mãos e dos pés também começaram a cair”, recorda.
“Hoje em dia ainda tenho os olhos muito secos, às vezes custa-me a engolir e ainda tenho muitas marcas na pele, mas espero que, com o tempo, tudo passe”, conclui.