OPA de Isabel dos Santos pode cair

A Terra Peregrin, sociedade através da qual Isabel dos Santos lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a PT SGPS, admite retirar a proposta caso a Oi venda a PT Portugal – que detém os activos da operadora em Portugal, como o Sapo e a Meo.

A mensagem foi deixada por Mário Leite da Silva, braço direito da empresária angolana, num encontro com jornalistas. "Um dos pressupostos da OPA é que não haja venda de activos relevantes e estratégicos". Assim,  caso a operadora brasileira avance com a venda da dona do Meo, "a Terra Peregrin terá de decidir se avança ou deixa cair a oferta. O mais provável é que a deixemos cair", afirmou o administrador da sociedade.
 
Já a eventual venda da participação que a Oi detém na Unitel (25%) não levaria ao mesmo caminho. Questionado sobre este cenário Mário Leite da Silva adiantou que a Terra Peregrin "não retiraria a oferta".
 
O administrador sublinhou ainda que a proposta de Isabel dos Santos visa criar um operador de referência nos países de língua portuguesa, nomeadamente Portugal , Angola e Brasil.
 
"Estamos comprometidos em que a OPA chegue ao mercado e tenha sucesso. Acreditamos de longe no projecto que estamos a apresentar aos accionistas", argumentou o administrador. "Neste momento, as condições estão em cima da mesa e dependem da PT SGPS", holding que detém a participação de 25,6% da Oi e a dívida de 900 milhões de euros da Rioforte.
 
Os accionistas da PT SGPS agora têm que decidir se aceitam a oferta de Isabel dos Santos "que permite cash imediato ou se preferem esperar por um eventual processo de consolidação no Brasil", explicou.
 
 
Mário Leite da Silva garantiu também que a Terra Peregrin não vai aumentar o preço da OPA. A contrapartida da oferta da empresária angolana é de 1,35 euros por acção,  avaliando  a empresa em cerca de 1,2 mil milhões de euros.
 
"Não vamos mexer no preço", assegurou o responsável, adiantando ainda que "temos tido conversas bastante positivas e animadoras com os accionistas portugueses da PT SGPS" e com "os mais relevantes stakeholders da Oi".
 
Na semana passada a Oi confirmou ter iniciado negociações exclusivas com a Altice, dona, da Cabovisão e da Oni, para a venda da PT Portugal.

Os franceses aumentaram  a oferta para 7,4 mil milhões de euros, afastando da corrida os fundos Apax e Bain.

sara.ribeiro@sol.pt