‘Natal branco’ na Madeira dá polémica

‘White Christmas’ (Natal branco) é tema de canção. Na Madeira, a opção minimalista das iluminações natalícias (maioritariamente brancas) está a gerar um coro de críticas, ao ponto de a Secretaria Regional do Turismo admitir sacrificar o conceito do arquitecto Paulo David e fazer alguns ajustamentos.

Sob o lema ‘tradição é inovação’, por cerca de 80 mil euros, o arquitecto Paulo David concebeu um novo projecto, “de rotura com o passado”. As cores vivas de anos anteriores deram lugar a linhas de luz branca a contornar os edifícios e a clarabóias de luz branca sobre as praças, mas a opção não terá agradado a muita gente.

Nas redes sociais e nos jornais regionais, têm sido muitas as críticas de alguns agentes locais. Estranham ver locais tradicionalmente iluminados (praça do Município e sobre as ribeiras) com nenhumas ou poucas luzes.
Os hoteleiros olham com desconfiança e a Associação de Comércio e Serviços já veio a público criticar a opção. A questão é estética mas ‘mexe’ com o destino turístico e com o comércio que, por esta altura, tenta salvar um ano de crise.

“Haverá, naturalmente, quem goste e quem não goste… Esta é a primeira intervenção com a nova orientação. Haverá uma segunda no próximo ano e são possíveis alguns ajustamentos”, justificou a secretária regional do Turismo, Conceição Estudante. O Governo Regional investiu, este ano, 1,19 milhões euros nas iluminações da baixa e anfiteatro do Funchal.

As primeiras luzes, nas principais ruas da capital madeirense, foram ligadas esta segunda-feira, 1 de Dezembro, e logo geraram uma onda de críticas devido à falta de cor, imagem de marca da iluminação natalícia.

A tutela chama a atenção que falta montar muitas estruturas que ainda não chegaram à Madeira, nomeadamente as que vão introduzir o cor-de-rosa, inspirado na flor da sumaúma. O balanço final será feito após o projecto estar definitivamente instalado (8 de Dezembro) mas já se fala que o Governo Regional poderá accionar contra a empresa que ganhou o concurso um eventual pedido de indemnização pelos atrasos na montagem.

Pelo meio terá havido algum amadorismo, uma vez que o novo conceito de iluminação, ao contrário de anos anteriores, não se pode dar ao luxo de prescindir da ‘boa vontade’ dos proprietários de prédios privados onde assentam os suportes. Conceição Estudante tem apelado à colaboração dos privados mas não se livra das críticas.