“Acreditamos e levamos muito a sério esta área do cinema que é cada vez mais concorrida, participada e rica de conteúdos e descoberta de novos autores”, afirmou, na apresentação do evento, Dario Oliveira, que durante 22 anos esteve ligado à organização do festival Curtas, em Vila do Conde. O director pretende dar exposição a histórias que tanto se debruçam sobre os nossos pequenos bairros como o gigantesco mundo que nos rodeia, tornando a tela num “laboratório do real”. Outros dos objectivos é reforçar a presença de cinema na Baixa do Porto, para o qual já tem contribuído o ciclo Há filmes na Baixa!, organizado desde Maio pela associação Porto/Post/Doc.
No festival, há narrativas duras, como a dos abrigos nocturnos sobrelotados de Lausana (L’Abri, de Fernand Melgar) e da guerra civil na Síria (Our Terrible Country, de Mohammad Ali e Ziad Homs), mas também a história de um skater (em Danger Dave, de Philipe Petit) e ensaios sobre a austeridade em Portugal (Acima das Nossas Possibilidades, de Pedro Neves, e Dreamocracy, de Raquel Freire e Valérie Mitteaux).
“São 52 filmes, com 52 olhares sobre realidades contemporâneas, complexas, mas às quais não podemos ficar alheios”, sublinha Dario Oliveira, que explica que o número de filmes é propositadamente limitado, para “facilitar a sua penetração”.
Na secção competitiva estarão 12 documentários, quase todos em estreia nacional e alguns em estreia absoluta. Entre as seis secções destaque para Transmission (relação das imagens com a música), Persona (direitos humanos) e uma homenagem a Manoel de Oliveira: na quinta-feira, dia do seu 106.º aniversário, serão exibidos quatro dos seus filmes, incluindo a curta-metragem O Velho do Restelo, em estreia nacional.