A investigação conclui ainda que a agência de espionagem não conseguiu recolher qualquer informação que abortasse planos terroristas através de tácticas “brutais” de interrogatório. Apresentado pela senadora Dianne Feinstein, o resumo do relatório tem cerca de 500 páginas (o documento original tem mais de 6000, muitas das quais classificadas como secretas) e resulta da análise de mais de seis milhões de documentos.
"Em linguagem comum, os presos da CIA foram torturados ", declarou a senadora, democrata e presidente da comissão de acompanhamento dos assuntos dos serviços secretos.
Entre as técnicas utilizadas contam-se a privação de sono de até 180 horas, o já muito aludido ‘waterboarding’ ou a tortura da estátua, em que a vítima é forçada a permanecer na mesma posição durante várias horas ou mesmo dias.
Sabe-se também agora que o recurso à força era feito logo desde o início de alguns interrogatórios, e não como uma última opção.
Outro dado conhecido é o facto de pelo menos 26 indivíduos terem sido ilegalmente detidos durante um tempo muito superior ao necessário.
O programa de detenções e interrogatórios em causa vigorou desde 2002, sob a presidência Bush, e foi finalmente suspenso com a chegada de Barack Obama à Casa Branca.
O relatório foi divulgado depois de meses de negociações sobre o que deveria ser censurado, foi divulgado entre receios de represálias contra os norte-americanos. As embaixadas e bases militares dos EUA estão com segurança reforçada.