Em causa estão os ftalatos de dibutilo (DnBP) e diisobutilftalato (DiBP), de acordo com os autores do estudo da faculdade de saúde pública da universidade de Columbia, em Nova Iorque. Estes ftalatos encontram-se numa grande variedade de produtos de consumo como vinil, alguns batons, lacas para cabelo, verniz de unhas ou sabonetes, especificou o estudo publicado na revista científica norte-americana PLOS ONE.
Este é o primeiro estudo a estabelecer uma relação entre uma exposição prénatal aos ftalatos e o QI das crianças em idade escolar.
Desde 2009 que a legislação dos Estados proíbe diversos ftalatos nos brinquedos e outros artigos para crianças.
Mas não foi tomada qualquer medida de prevenção para as grávidas. Raramente, os ftalatos aparecem nas listas de componentes dos produtos.
Para este estudo, os autores seguiram 328 mulheres, de rendimentos modestos, e os seus filhos em Nova Iorque.
Os investigadores analisaram na urina das mulheres, no terceiro trimestre da gravidez, os níveis de quatro ftalatos (DnBP, DiBP, DEHP – usado na produção de vinil -, e ftalato de dietila – usado como solvente para cosméticos e fragrâncias).
O QI das crianças foi testado aos sete anos de idade.
Aqueles que tinham estado expostos, ainda no útero, a concentrações mais elevadas de ftalatos DnBP e DiBP registaram um QI de entre 6,6 a 7,6 pontos mais baixo do que aqueles em contacto com níveis mais fracos destas substâncias.
No entanto, estas taxas são frequentes e dentro dos limites do que se regista a nível dos Estados Unidos pelos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC).
"Em todos os Estados Unidos, as grávidas são expostas aos ftalatos, quase diariamente, e em grande medida a níveis semelhantes aos registados nos sujeitos do estudo", sublinhou Pam Factor-Litvak, professora adjunta de epidemiologia da universidade de Columbia.
"Uma redução de seis ou sete pontos do QI pode ter consequências notáveis no êxito escolar e potencial profissional", considerou Robin Whyatt, professor de medicina ambiental na universidade de Columbia, que dirigiu este estudo.
Lusa/SOL