"Dada a dificuldade dos tempos, as pessoas retraem-se na ida a espectáculos, por exemplo, quando não conhecem os artistas. Tendem a ver aquilo que julgam que é seguro, que lhes vai dar satisfação, prazer, e não arriscam. Nós convidamos-vos ao risco", afirma a direcção da Culturgest no novo plano de temporada, de Janeiro a Março.
O programa apresenta, por exemplo, Amélia Muge a cantar versos de Amália Rodrigues, em Janeiro, conta com uma actuação, em Fevereiro, dos malianos Toumani e Sidiki Diabaté, pai e filho tocadores de kora, e, em Março, com o instrumentista marroquino Driss El Maloumi.
Em Janeiro, estreará a peça de teatro "Pocilga", um texto do realizador italiano Pier Paolo Pasolini, de 1968, encenado por John Romão, e, em Fevereiros, a Culturgest acolherá três espectáculos de Pedro Penim para o Teatro Praga: "Eurovision", "Israel" e "Tear Gas".
Está garantido o regresso do Festival Rescaldo, dedicado à música experimental, em particular a portuguesa, de 20 a 28 de Fevereiro, com Coclea, Nova Orquestra Futurista do Porto, Joana Gama + Luís Fernandes e La La La Ressonance a integrarem o cartaz.
De regresso estará também o ciclo "Hootenanny", que procura em Fevereiro os blues fora do berço e em diálogo com outras latitudes, como Espanha, com Mingo Balaguer, e Suíça, com o guitarrista Joe Colombo.
Em Março, o palco da Culturgest estará ocupado com coreografias de flamenco contemporâneo de Rafael Estévez, Valeriano Paños e Antonio Ruz, e receberá também o Festival Internacional de Dança Contemporânea de Lisboa.
Entre as conferências propostas, Ana Pais coordenará os encontros sobre o "poder dos afectos" e o investigador Jack Halberstam falará sobre "a estética da anarquia".
Em Fevereiro, a Culturgest acolherá a exposição colectiva "Pinceladas de celulóide: uma antologia da percepção fílmica do artista de 1942 até hoje", com cartazes encomendados a 70 artistas, inspirados no cinema, e que estará em contraponto com a mostra já patente "Honey, I rearranged the collection… by artist".
Lusa/SOL