Os ricos não pagam mesmo a crise

Já aqui vimos, apesar de nem toda a gente concordar comigo, que a vantagem da democracia é haver sempre politicas alternativas, e não apenas uma. Os filósofos e economistas, mesmo no Séc. XVII e XVIII, distinguiam-se entre os que defendiam uma redistribuição da riqueza, e os que queriam continuar com a sua concentração, para que…

A politica do actual Governo, ideologicamente muito marcada, preocupou-se sempre menos com e redistribuição da riqueza, apostando no seu aumento concentrado (por alguma razão, segundo estatísticas europeias, somos o País da União que mais cortou na saúde pública, e no qual mais aumentaram as despesas na saúde privada), com a criação de empregos baratos e o apoio aos investidores menos capazes, chegando ao ponto de investir por eles, e deixando-os fora de qualquer risco de investimento.

E agora saem os números, a coroar o sucesso desta politica. Os pobres e remediados (mesmo eu, com um ordenado médio, fico sem nada para sustentar uma família grande, tendo até dificuldade em pagar o último aumento da Segurança Social, mais o aumento do IMI da minha casa, tendo de recorrer a amigos e familiares para me alimentarem a mim e aos meus filhos). E sabe Deus quem me ajudará a pagar as contas de água, luz e gás (se parar de trabalhar talvez me veja em menos problemas, tal é a situação em que aposta este Governo).

Entretanto, os números, como sempre, não mentem. A indústria do luxo, que serve os mais ricos (não afectados pela crise, segundo as politicas do actual governo), continua a prosperar também cá dentro. Na Av. da Liberdade, estão confirmadas 7 novas lojas de luxo para 2015 – fora as que têm aberto e prosperado durante toda a crise. Claro que Passos não vai ter problemas em arranjar emprego, quando perder as eleições. Quem se lixa, embora ela o negue, é mesmo o mexilhão.