O preço baixo, os motivos da oferta e a transparência da proposta foram alguns dos pontos que levaram Nuno Vasconcellos e Cary, além de outros administradores, a manifestarem a intenção de votar contra a operação. Só que este voto reflecte a intenção a título pessoal dos membros do conselho de administração – através das acções que detêm directamente na PT SGPS. “A posição enquanto accionistas será diferente”, garante ao SOL fonte oficial da Terra Peregrin, a empresa de Isabel dos Santos criada para esta operação.
A mesma fonte garante que a empresária está empenhada em que a OPA chegue ao mercado, estando a reforçar contactos com várias partes interessadas da PT SGPS e da Oi.
Na quarta-feira, no dia em que foi conhecido o relatório da reunião do conselho de administração, o administrador da Terra Peregrin – o advogado Mário Silva – esteve reunido com o Novo Banco e vários fundos de investimento, também accionistas, para explicar as contas relativas ao preço da OPA (1,2 mil milhões de euros). O feedback destes encontros “foi positivo”, garante a mesma fonte.
Embora os representantes da operadora considerem que este valor não reflecte a posição real da PT SGPS nem o potencial de crescimento no mercado brasileiro, Isabel dos Santos remete para o regulador do mercado a última palavra neste campo. “A CMVM é que vai decidir” sobre um nova oferta, acrescenta.
A venda da PT Portugal (que detém o Meo e o Sapo) à francesa Altice poderá ser outra pedra no caminho do sucesso da OPA.
Esta semana a Oi anunciou que já assinou um contrato definitivo de venda com a dona da Cabovisão. Porém, um dos pressupostos da OPA é que não haja venda de activos relevantes e estratégicos. Na semana passada o administrador da Terra Peregrin já tinha afirmado que caso a Oi avançasse com a venda da dona do Meo, teriam de analisar se avançavam ou não com a oferta. “O mais provável é que a deixemos cair”. sublinhou Mário Silva.
Os accionistas da PT vão votar a venda da PT Portugal à Altice em Janeiro. A assembleia-geral para decidir a provação da OPA só deverá ser realizada posteriormente. O que, na opinião de Isabel dos Santos, “condiciona as opções dos accionistas”.