O CGI está a ser ouvido na comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, depois da administração da RTP ter sido ouvida durante cerca de duas horas, no âmbito de um requerimento do Bloco de Esquerda (BE) para ouvir os dois órgãos, na sequência da proposta de destituição da equipa liderada por Alberto da Ponte.
"Não invocámos qualquer falta grave, a única coisa que temos é que o Projecto [Estratégico] apresentado é débil", disse António Feijó, em resposta a questões da deputada do Bloco de Esquerda (BE) Cecília Honório.
"A honorabilidade deles não está em causa, deixaram de preencher os requisitos", salientou o presidente do órgão supervisor.
António Feijó apontou que o Projecto Estratégico tinha "contradições insanáveis".
O presidente do CGI salientou que os deputados receberam o PAIO – Plano de Actividades, Investimento e Orçamento para 2015, estranhando esse facto, uma vez que após a proposta de destituição da administração pelo órgão supervisor, "a tutela declarou que iria agir em consequência" dessa posição.
O PAIO que o Conselho de Administração apresentou hoje "deveria ter ido ao Conselho Fiscal, Conselho de Opinião e ter sido aprovado pela tutela", apontou António Feijó.
Sobre a nova administração da RTP, lembrou que "a modalidade de escolha é omissa na lei", mas compete ao órgão supervisor.
A solução pode passar por uma escolha interina, mas será certamente "melhor que haja um Conselho de Administração em plenas funções o mais rapidamente possível para bem da empresa", de modo a "tranquilizar os trabalhadores", disse.
António Feijó comentou que actualmente "há uma espécie de redenção deste Conselho de Administração", o que até "causa perplexidade", atendendo a críticas que foram sendo feitas à administração da estação pública.
Instado a falar sobre as opiniões de comentadores de televisão sobre o CGI, que apontaram que o novo modelo de governo da RTP estava morto, António Feijó escusou-se a aprofundar o tema.
Disse apenas que era "extraordinário" os comentários que davam o CGI como morto e apontou que "seria interessante se a deontologia" analisasse o assunto, tendo em conta que alguns comentadores pertencem a determinadas empresas.
Lusa/SOL