Num relatório hoje publicado sobre o sector bancário português, a Fitch refere que "as imparidades dos bancos portugueses vão provavelmente atingir o nível máximo em 2015 e depois vão começar a cair, apoiadas pelo regresso ao crescimento económico interno".
Por isso, e também devido à "melhoria moderada da rentabilidade" do sector, a Fitch melhorou a perspectiva sobre o sector "de negativa para estável", advertindo contudo que "permanecem desafios", nomeadamente no que se refere à redução do "amplo 'stock' de activos problemáticos", a uma melhoria "mais significativa da sustentabilidade dos ganhos" do sector e ao "reforço das almofadas de capital".
Considerando que a recuperação da economia portuguesa "tem sido ampla e antecipando um crescimento de 1,2% e uma taxa de desemprego de 13,8% em 2015, a agência de 'rating' considera que esta evolução da actividade deve contribuir para "um abrandamento maior do ritmo de deterioração da qualidade dos activos bancários".
Ainda assim, a Fitch alerta que "melhorias significativas" na qualidade dos activos bancários "vão provavelmente levar tempo, tendo em conta a grande quantidade de dívida má" e considera que o apetite dos investidores para adquirir activos imobiliários penhorados da banca ou de alguma forma ligados a dívidas problemáticas "é modesto".
A instituição refere ainda que a capacidade interna de gerar capital "será limitada", pelo que "os bancos portugueses continuam vulneráveis a [situações de] 'stress'", ainda que entenda que os bancos têm capital "suficiente para absorver choques moderados".
Em relação ao Novo Banco, o banco de transição que concentrou os activos considerados não problemáticos do Banco Espírito Santo (BES) depois da resolução da instituição em agosto deste ano, a Fitch afirma que "há um risco contingente para os bancos portugueses [decorrente] da venda do Novo Banco".
Lusa/SOL