Depois de mais de 50 anos, EUA e Cuba abrem “um novo capítulo” nas suas relações

O Presidente norte-americano Barack Obama falou, esta quarta-feira, sobre o “novo capítulo nas relações” entre Cuba e os EUA, cortadas desde Janeiro de 1961.

Depois de mais de 50 anos, EUA e Cuba abrem “um novo capítulo” nas suas relações

Obama disse que apesar de serem “países tão próximos”, “houve uma barreira diplomática e económica” que os separava. 

“Há uma relação histórica complicada entre os EUA e Cuba… Eu nasci em 1961, apenas dois anos depois de Fidel Castro subir ao poder, e apenas meses depois da Baía dos Porcos… Estamos separados apenas por 90 milhas”.

Para Obama, nem os cubanos nem os americanos “estão bem servidos” com um governo que é liderado pelos Castro há tantos anos.

Quando tomou posse, referiu o Presidente, foi um dos seus objectivos melhorar as relações com Cuba mas “havia um grande obstáculo”: a prisão de Alan Gross.

Obama disse ainda que o Papa Francisco fez um pedido a ambos os líderes para conversarem sobre a libertação de Alan Gross, algo que aconteceu esta quarta-feira.

“Preso por mais de duas décadas, este homem, cujo sacrífico só é conhecido por alguns, forneceu informações que permitiu aos EUA prenderem agentes cubanos. Este homem está agora a salvo”.

O Presidente afirmou que falou ontem ao telefone com Raul Castro, durante 45 minutos, para discutir os pormenores da troca de prisioneiros e referiu que Cuba vai libertar vários cidadãos norte-americanos.

“Não estou à espera de uma mudança do dia para a noite mas não podemos continuar a fazer o mesmo que fazemos há cinco décadas e esperar um resultado diferente”, referiu Obama.

Os EUA tenciona ainda abrir uma embaixada em Havana.

O Presidente disse ainda não ter ilusões de que há barreiras que se mantêm para muitos cubanos: “O governo dos EUA acredita que nenhum cubano deve ser sujeito a pressão ou agressões” simplesmente por expressarem a sua opinião.

Obama garante “que não é possível apagar a história”, mas que ambos os países podem ultrapassar esta situação, de modo a melhor a vida tanto para os americanos como para os cubanos.

“Hoje realizam-se estas mudanças porque é a coisa certa a fazer pelos cubanos, americanos e o resto do mundo", afirmou.