A Petrobras tem sofrido um forte abalo na sua imagem desde que uma operação da Polícia Federal brasileira revelou um esquema de corrupção dentro da empresa, que já levou à detenção do ex-director de Abastecimento da companhia Paulo Roberto Costa, que denunciou políticos e empresários como outros alegados envolvidos no esquema.
Num encontro com a imprensa, no Rio de Janeiro, Graça Foster disse que o seu cargo e de toda a direcção foi colocado à disposição na tentativa de garantir a realização da auditoria do balanço financeiro da companhia.
A auditora responsável, PriceWaterHouseCoopers (PwC), negou-se a assinar o balanço desde que as primeiras acusações contra Paulo Roberto Costa saíram.
A Petrobras ainda não entregou o balanço das demonstrações financeiras previsto para sair em Outubro, conforme exigido pelas regras do mercado. Graça Foster afirmou, no entanto, que o adiamento não diz respeito apenas à recusa da auditoria privada, mas também a decisões internas da companhia.
Caso não cumpra a exigência até Novembro do próximo ano, a empresa corre o risco de ser penalizada com o fim da negociação dos seus activos em bolsa.
Apesar dos acontecimentos, Graça Foster mostrou-se optimista e disse ter confiança de que a empresa retomará sua credibilidade. Segundo Foster, a operação servirá de aprendizagem e permitirá melhorar os instrumentos de fiscalização e controlo.
A executiva recordou que dois escritórios de advocacia – um brasileiro e um norte-americano – foram contratados para investigar internamente as denúncias.
"Estes contratados entram na sua sala, abrem seu armário, entram no seu computador, no seu iPad. É uma investigação apolítica, que vai na raiz da sua vida profissional. E isso é bom", disse a executiva, a reforçar que tanto ela como os outros directores serão investigados.
Lusa/SOL