Confrontada com esta realidade nenhum responsável da Apple aceitou falar na reportagem, mas a empresa emitiu um comunicado em que garante “que nenhuma outra empresa se está a esforçar tanto como a Apple para assegurar condições de segurança e justiça no
A empresa diz monitorizar as horas de trabalho de mais de um milhão de trabalhadores e que os empregados da fábrica que foi alvo da reportagem têm uma média de 55 horas de trabalho por semana. A Apple diz estar a par de sestas dos operários a meio de turno, mas garante desconhecer a realidade de pessoas a adormecerem durante o trabalho.
Durante o período em que os repórteres trabalharam na fábrica, além das horas excessivas de trabalho, tinham de comparecer a reuniões diárias – não pagas – antes e depois de cada turno. Nos dormitórios chegam a dormir 12 trabalhadores num espaço exíguo.
A equipa de reportagem infiltrou-se também numa mina da ilha de Bangka, na Indonésia, onde são explorados minérios usados na produção de produtos da Apple. A empresa diz que se tem dedicado a garantir a ética nestes procedimentos, mas os repórteres encontraram crianças a fazer este trabalho em condições extremamente perigosas, já existe possibilidade eminente de deslizamento de terras. Rianto é um dos entrevistados. Tem 12 anos e trabalha com o pai a mais de 20 metros de profundidade.
O escândalo das condições extremas em fábricas da Apple estalou pela primeira vez em 2010 quando 14 operários se suicidaram na Foxconn, a maior fábrica fornecedora da gigante norte-americana.