O Estado tem papel mesmo com este Governo

Artur Trindade, secretario de Estado da Energia, deu uma entrevista ao DN/DV, em que defendia a necessidade de o Estado zelar permanentemente, e sem descanso ou interrupções, pelo interesse público. E ele referia-se ao Governo, como Estado, e a si, como supervisor do sistema energético nacional.

Gostei de o ler, e de ver assim desmentidos prognósticos mais liberais de outros membros do Governo (a começar pelo 1º Ministro), que – talvez de forma não ingénua, o que é mais preocupante – afirmam acreditar no que a realidade sempre tem desmentido (nomeadamente, com as sucessivas crises financeiras): o virtuosismo dos mercados para se auto-regularem, sem necessidade do Estado.

Vou só aqui referir uma citação de palavras dele numa entrevista à TSD/Dinheiro vivo, transcrita pelo DN: «… o marcado deixado por si só, como outros mercados, produz efeitos não satisfatórios». É claro que esta verdade provada é todo o contrario da ideologia dominante do Governo (crente na virtuosidade do mercado desregulado).