"Caso o Banco de Portugal não reconsidere a sua posição, à luz dos danos que vai causar a todos os clientes com posições neste activo e aos mercados financeiros, todos os investidores prejudicados não deixarão de recorrer a todas as vias apropriadas incluindo as judiciais", lê-se numa nota hoje emitida pela Goldman Sachs.
Em causa está a deliberação da entidade liderada por Carlos Costa de não transferir "a responsabilidade contraída pelo Banco Espírito Santo (BES) perante a Oak Finance Luxembourg", anunciada na terça-feira e que tem um impacto positivo em reservas no Novo Banco de 548,3 milhões de euros.
"Quando o Novo Banco foi criado, a Goldman Sachs obteve a confirmação por parte do Banco de Portugal de que toda a dívida sénior do Banco Espírito Santo, como as obrigações Oak Finance, seriam transferidas para o Novo Banco. A 11 de Agosto de 2014, um alto representante do Banco de Portugal explicitamente confirmou por escrito à Goldman Sachs a transferência dessas obrigações sénior para o Novo Banco", realçou hoje o banco de investimento norte-americano.
"Além disso, a Goldman Sachs também pediu confirmação por escrito ao Novo Banco de que a operação Oak Finance tinha sido transferida como um dos seus passivos ao que o Novo Banco respondeu explicitamente que as obrigações Oak Finance se encontravam no seu balanço", informou.
Por isso, de acordo com a Goldman Sachs, "o inesperado anúncio público do Banco de Portugal no início desta semana, retroagindo estas obrigações, contraria as expectativas e a confiança do mercado e causa danos a vários investidores, incluindo fundos de pensões, aos quais esses investimentos foram colocados com base nas garantias anteriormente dadas".
Daí, a Goldman Sachs, um dos maiores investidores institucionais do mundo, ameaça avançar para os tribunais contra a decisão tomada pelo Banco de Portugal.
Lusa/SOL