Questionado pela agência Lusa numa conferência de imprensa esta tarde em Surabaia, no leste de Java, Tony Fernandes admitiu que a companhia irá avaliar o que "tem de melhorar, se houver algo a melhorar", após perceber o que correu mal no incidente.
"Até não sabermos o que correu mal, será especular", sublinhou o responsável máximo da empresa de aviação de baixo custo, que admitiu esperar "alguma reacção" ao sucedido nas vendas.
Contudo, vincou que a AirAsia, a maior transportadora aérea low cost da Ásia, continuará "a ser forte".
O ministro dos Transportes indonésio, Ignasius Jonan, tinha dito, horas antes, numa conferência de imprensa no aeroporto internacional de Jacarta, que o governo vai "rever todas as operações da AirAsia Indonésia, para ter a certeza de que o seu desempenho possa ser melhor no futuro".
"Vamos rever imensas coisas, incluindo as suas operações de negócio, para que, mais tarde, possamos ver melhorias de segurança", acrescentou o governante, citado pela imprensa indonésia.
O milionário Tony Fernandes, que tem origens portuguesas e indianas, respondeu também que ainda não foram iniciadas as conversações para compensar as famílias lesadas, mas garantiu que a AirAsia vai seguir a lei indonésia nesse sentido.
O avião descolou da principal cidade do leste de Java às 05:35 de segunda-feira (21:35 de domingo em Lisboa) e deveria aterrar em Singapura às 08:30 (00:30 em Lisboa).
O piloto do voo QZ8501 pediu para desviar o plano de voo devido ao mau tempo, mas depois disso, o contacto foi perdido, segundo a companhia.
A tripulação recebeu, antes de descolar, o prognóstico do tempo na rota de voo com aviso de chuvas.
O director da Agência de Meteorologia, Climatologia e Geofísica da Indonésia, Andi Eka Sakya, explicou hoje, em conferência de imprensa em Jacarta, que havia a presença de nuvens de tempestade conhecidas como cúmulos-nimbos na zona meridional da ilha do Borneu, segundo o 'media' indonésio Detik.
O cúmulo-nimbo é uma nuvem escura que forma frentes muito altas e provoca violentas tempestades.
O mesmo especialista esclareceu ser natural a presença deste tipo de formações em Kalimantan.
Lusa/SOL