Miguel Albuquerque

Tudo se conjuga para que seja ele, a partir de segunda-feira, o sucessor de Alberto João Jardim e das suas (quase) quatro décadas de poder ilimitado na Madeira. Começou por ser um dos vários delfins de Jardim, mas foi ganhando autonomia e peso político próprio nos mais de 19 anos em que liderou a Câmara do Funchal. Há dois anos, pregou um susto a Jardim quase o derrotando nas eleições do PSD-Madeira (49% contra 51%). Agora, venceu com clareza a 1.ª volta (47,7%) e prepara-se para derrotar o candidato da continuidade jardinista, Manuel António Correia, na 2.ª volta de hoje.

Paulo Núncio

O Governo vai cumprir o défice de 4% (ou até ficar um pouco abaixo) graças, sobretudo, ao enorme aumento da receita fiscal. Até ao final de Novembro, o Estado recebeu mais 2 mil milhões de euros em impostos do que em 2013. É muito. E deve-se, em grande parte, ao enorme sucesso do expediente da Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais com os sorteios de automóveis e as deduções dos contribuintes que levaram a uma explosão no pedido de facturas e a uma significativa redução na fuga aos impostos de muitas empresas. É verdade, como diz Bruxelas, que o défice devia resultar mais de cortes na despesa (que são insuficientes) do que do aumento da receita. Mas isso já não é problema dele: é da conta da ministra das Finanças e do primeiro-ministro.

SOMBRA

João Galamba

Foi irónico ver o radical deputado do PS a meter os pés pelas mãos para sustentar a indefinição socialista no debate parlamentar sobre a dívida. Chegou-se ao cúmulo de ver as bancadas do PSD e CDS a aplaudir as críticas que PCP e BE faziam à insustentável posição do PS, com um pé do lado do 'não pagamos' e outro do 'pagamos tudo'. Eis o PS no seu intrincado labirinto.

Jaime Ramos

O mais trauliteiro dos jardinistas, o vitalício secretário-geral e líder parlamentar do PSD-Madeira, que há 34 anos combate os seus adversários políticos com ameaças e palavrões – e que construiu uma enorme teia de empresas sob o poder de Jardim – não chegou a 1% dos votos (ficou-se pelos 0,7%). Já nem a família vota nele?

jal@sol.pt